Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha e um dos maiores do mundo, afirma que o futuro chegou e diz que as moedas digitais emitidas por banco centrais (CBDCs) substituirão o dinheiro.
Em um novo relatório de 83 páginas, intitulado “O que devemos fazer para reconstruir”, o banco alemão cita a aceleração da revolução digital mundial como um dos impactos da pandemia do COVID-19, e afirma:
“Depois de séculos de economia monetária, estamos finalmente prontos para entrar na próxima era do dinheiro”.
A instituição bancária alerta que algumas de suas ideias “podem parecer radicais”, mas diz torcer para que elas “inspirem os reguladores enquanto nos reconstruímos deste período trágico e estimulante”.
Retomar controle
O Deustche Bank aponta que os bancos centrais estão “lentamente começando a repensar o modelo de dinheiro do século 17”, mas o processo de desenvolvimento de CBDCs está devagar e os grandes vencedores na tendência digital são companhias de cartão de crédito, como Visa e Mastercard.
Com medo de ficar para trás, o banco alerta:
“Por agora, a prioridade deve ser projetar sistemas de pagamentos digitais. No longo termo, moedas digitais emitidas por bancos centrais substituirão o dinheiro”, diz um trecho do relatório.
EUA e Europa devem acelerar emissão de CBDCs
O banco alemão ressalta que os Estados Unidos e a Europa devem correr para alcançar a China e Suécia, dois países que estão liderando a corrida pelo lançamento de CBDCs, aponta o documento.
“Líderes de economias avançadas devem superar dois desafios principais se quiserem que suas populações adotem uma CBDC”, afirma o Deutsche Bank, citando “taxas de juros baixas e normas culturais relacionadas a privacidade”.
CBDCs como solução – mas para quem?
Sem citar o Bitcoin ou outras criptomoedas, o banco alemão apresenta as moedas digitais de bancos centrais (centralizadas) como a solução para vários problemas de caixa, além de divulgá-las como o próximo passo na evolução do dinheiro.
Enquanto um Nobel de Economia declarou nesse ano que a chegada das CBDCs “será o fim das criptomoedas“, o gerente geral do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), Agustín Carstens afirma que, com elas, “os bancos centrais terão controle absoluto“, possibilidade encarada com aversão pelo mercado de criptoativos.