Especialistas comentaram os momentos que devem influenciar os mercados financeiros em 2021.
Conforme reportagem do Valor Investe, acabaram as expectativas do início de 2020 por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, contudo, alguns acontecimentos permaneceram e mexeram com o mercado de investimento, como a eleição presidencial americana.
Para 2021 os especialistas comentaram alguns momentos que vão influenciar os mercados. Segundo Fabio Akira, economista-chefe da BlueLine Asset Management, “2021 será o ano de normalização”.
Além das eleições presidenciais americanas, 2021 traz 8 eventos e grandes temas para ficar de olho.
Em primeiro lugar da lista dos eventos temos o segundo turno da eleição do Senado na Geórgia.
A Geórgia iniciou em 14 de dezembro a votação presencial antecipada para o segundo turno das eleições das duas vagas do estado no Senado dos EUA. Essas eleições são importantes, pois podem influenciar a percepção do mercado com o governo Biden.
Segundo Ricardo Denadai, economista-chefe da ACE Capital, “os democratas têm uma agenda menos ‘market friendly’ [amigável ao mercado]. Se eles ganharem as cadeiras pode mudar um pouco a percepção do mercado com o governo Biden, pelo menos as geradas logo após as eleições”.
Em segundo lugar está o Risco Fiscal. Entre as várias preocupações dos investidores em relação à política fiscal brasileira está a possibilidade de extensão do auxílio emergencial, o que colocaria o teto de gastos em grande risco.
“A gestão fiscal será muito difícil, independentemente da discussão de aumento de recursos para programas sociais ou para investimentos. Esse fato, somado à proximidade da eleição presidencial (em outubro de 2021 estaremos a um ano do pleito), torna o cenário complexo, especialmente no segundo semestre”, afirma o time de análise da XP Investimentos em relatório.
Em terceiro lugar está a eleição para presidente da Câmara e do Senado. Com as votações das PECs do ajuste fiscal passam ambas as Casas, os nomes que estarão no comando delas em 2021 são muito importantes para entender qual será o ritmo e a direção da condução de temas da agenda econômica.
Ainda tem a taxa básica de juros, a Selic, em quarto lugar, segundo os especialistas a taxa vai subir em algum momento de 2021, como a maior parte do mercado já vem “farejando” nos comunicados do Banco Central.
Os economistas do Itaú apontam para o risco de uma elevação do juro já no primeiro semestre, “com o Banco Central vigilante quanto a novas surpresas de inflação”.
Em quinto lugar dos eventos importantes está a divulgação da inflação do país, medida pelo IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
A autoridade monetária reconhece que uma significativa deterioração da percepção do mercado sobre a situação fiscal do país elevaria a inflação em 2021 para 6,4%. O IPCA furaria o teto da meta que é de 5,25%
O novo governo dos EUA fica em sexto lugar. O democrata Joe Biden assume a presidência da maior economia do mundo em 20 de janeiro.
Para os analistas do BTG Pactual, seu governo “mais comedido e previsível” do que de Donald Trump deve beneficiar os mercados emergentes.
Em sétimo lugar está a eleição na Alemanha, a primeira eleição que a atual chanceler Angela Merkel não deve concorrer desde 2005.
A chanceler Merkel está há 15 ano na liderança da maior economia da União Europeia, com popularidade de mais de 70% entre os cidadãos. A chanceler passou por diversas crises sem deixar sua popularidade cair.
Em oitavo e último lugar está o fim das ajudas. A enxurrada de dólares promovida pelo FED, Banco Central americano e pelo governo terá que acabar em algum momento.
As autoridades monetárias do mundo inteiro seguiram o exemplo do FED de tentar amortecer a queda da economia local com injeção de dinheiro.
Depois que a pandemia der uma trégua para a economia, os investidores devem acompanhar com atenção como esses valores serão retirados do mercado.