O ministro da economia, Paulo Guedes, declarou nesta quinta-feira (29) que a recém-lançada nota de R$ 200 terá vida curta.
Embora a impressão de 450 milhões de cédulas de 200 reais neste ano vá custar um montante de cerca de R$ 90 bilhões aos cofres públicos, Guedes admitiu em audiência pública que a iniciativa foi como um ‘tapa-buraco’.
Falando na Comissão Mista do Congresso Nacional para o acompanhamento de medidas contra a COVID-19, o ministro da economia assumiu que a criação da nota vai à contramão do que outros países têm feito.
Carreira curta
“Já, já o lobo-guará vai se aposentar, terá uma carreira curta”, declarou, ressaltando que a nota de R$ 200 foi criada porque o governo tinha “um problema de logística” para pagar o auxílio emergencial, conforme publicação do Suno Research.
O custo de produção da nova cédula, cuja criação foi criticada por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, é de R$ 325 por mil cédulas. Para efeito de comparação, a cédula de R$ 100 custa R$ 280 a cada mil notas produzidas.
“Com o PIX [sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central], o futuro é menos dinheiro na mão e notas mais simples. No futuro vai acabar o lobo-guará, a nota de R$ 200, de R$ 100″, completou o ministro.
Defensoria Pública quer que BC retire as notas de circulação
Embora a fala de Guedes contemple outras causas para a curta duração da nota de R$ 200, lançada há menos de dois meses, assunto já é motivo de discussão há algum tempo.
No início do mês, a Defensoria Pública recorreu à Justiça para pedir que o Banco Central retire as cédulas de circulação.
Segundo a instituição pública, a nova nota gera “efeitos de exclusão e prejuízo” à comunidade de pessoas com deficiência visual, caracterizando discriminação por parte da Administração Pública.
O motivo:
A nova nota possui as mesmas dimensões que a nota de R$ 20, tornando inviável a identificação por pessoas cegas ou com deficiência visual, defende a instituição, que anteriormente havia pedido a reimpressão de todas as notas por este mesmo motivo.
Suspeita de fraude
Enquanto isso, o Ministério Público Federal (MPF), diante de denúncias, pediu que a Polícia Federal investigue uma suspeita de fraude na Casa da Moeda.