Economistas japoneses afirmam que, com as moedas digitais, estamos diante de uma mudança única no milênio na maneira que as pessoas usam o dinheiro.
Chegamos ao fim de mais uma década e o mercado começa a entrar em consenso sobre a revolução que trazem os criptoativos, principalmente após um ano tão quente para o Bitcoin (BTC), como foi 2020.
A ascensão das criptomoedas fez bancos centrais em todo o mundo correrem para desenvolver moedas digitais centralizadas (CBDCs), como uma resposta ao fenômeno global que não para de crescer.
Estamos diante de uma mudança única no milênio
De acordo com economistas japoneses, o mundo está se dirigindo para uma mudança histórica na maneira como as pessoas usam o dinheiro.
Para eles, as moedas fiduciárias estão com os dias contados, ao passo que a digitalização do dinheiro toma proporções cada vez maiores ao redor do mundo.
Segundo Masashi Nakajima, professor de Economia e Administração de Empresas da Universidade Reitaku, na província de Chiba:
“Estamos vendo uma mudança única no milênio na história das moedas, depois do uso prolongado de notas após a primeira introdução do mundo na China há cerca de 1.000 anos”, afirma Nakajima.
O economista, que também é ex-funcionário do Banco Central do Japão (BoJ), afirma que os avanços na tecnologia, incluindo blockchain para combater ataques cibernéticos e falsificações, contribuíram amplamente para a criação de moedas digitais, possibilitando o uso de CBDCs em qualquer lugar.
Em outubro, foram lançados os primeiros CBDCs do mundo: o Sand Dollar, do banco central das Bahamas, e o Bakong, do banco central do Camboja.
No entanto, países como China e Suécia já estão nas fases finais dos testes com suas CBDCs. Enquanto isso, outras nações, como Japão, Estados Unidos e Brasil planejam o desenvolvimento de suas próprias moedas digitais.
China acelerou o desenvolvimento de CBDCs
Segundo Hiromi Yamaoka, ex-funcionário sênior responsável pelos sistemas de pagamento e liquidação no BoJ, a China “estimulou movimentos em direção à moeda digital (em todo o mundo)”.
Yamaoka argumenta que o país fez isso em uma “velocidade surpreendente, já que os bancos centrais tendem a assumir uma postura cautelosa [sobre novos sistemas]”.
As declarações dos especialistas japoneses vêm poucas semanas após Niall Ferguson, um historiador econômico escocês afirmar:
“Estamos vivendo uma revolução monetária tão multifacetada que poucos de nós compreendemos sua extensão.”
Para Ferguson, “em vez de tentar criar um dólar digital ao estilo chinês, a administração nascente de Joe Biden deve reconhecer os benefícios de integrar o bitcoin ao sistema financeiro dos Estados Unidos.”