O desenvolvimento da moeda digital chinesa, o e-RMB, corre de vento em popa, e o Banco Popular da China revelou que sua criptomoeda pretende ser uma alternativa mundial ao dólar como meio de pagamento.
Não é novidade que o governo do país planeja lançar uma versão digital do yuan chinês desde 2014, mas esse grande passo nunca esteve tão perto, mesmo com a crise global na saúde e na economia em decorrência do novo coronavírus.
O renminbi digital, descrito pela Forbes como “o pesadelo do dólar”, está em sua etapa final, segundo anúncio do Banco Popular da China no mês passado, e analistas comentam sobre o projeto.
Segundo Ronaldo Lemos, especialista em tecnologia:
“Esse pequeno passo pode ser o bater de asas da borboleta capaz de influenciar o curso natural das coisas e provocar um furacão do outro lado do mundo”, escreveu em sua coluna na Folha na segunda-feira (04).
Já a vice-diretora de análise econômica do Grupo Financeiro Monex, Janneth Quiroz Zamora, em entrevista ao Sputnik, afirmou que a China está um passo à frente dos EUA ao introduzir “esses sistemas mais avançados”, de uma CBDC (moeda digital emitida por um banco central).
Para Zamora, o e-RMB pode levar a uma concorrência aberta entre moedas, afetando a demanda por dólares em todo o mundo, e consequentemente diminuindo o poder do país governado por Donald Trump.
A executiva ressalta que algumas economias como o Brasil, “que tem uma alta integração com a China”, podem começar a usar a moeda para transações internacionais.
Contudo, com a consolidação da moeda digital da China para esses fins, moedas dependentes do valor do dólar, como o peso mexicano, podem ser afetadas, sofrendo uma desvalorização à longo prazo, disse Gabriel Reyes Orona ao Aristegui Notícias.
Com testes correndo em algumas cidades do país, as autoridades chinesas chamaram a startup de inteligência artificial (IA) mais valiosa do mundo para trabalhar no projeto que deve ser a primeira criptomoeda governamental, e estará pronto antes dos Jogos Olímpicos de 2022.