Moeda brasileira apresenta desempenho de pior moeda global em 2020, em frente ao dólar americano deixando muitos economistas preocupados com a economia nacional.
Com a questão fiscal aumentando e a tensão entre os investidores aqui no Brasil, o dólar fechou setembro com alta de 2,46%
Além da crise mundial causada pelo novo coronavírus que afeta boa parte das moedas emergentes, o real tem outros fatores que estão pesando em seu desempenho.
Um dos fatores é o risco fiscal, elevado ainda mais esta semana com a decepção do mercado com o programa Renda Cidadã, conforme reportagem do InfoMoney.
O real está aparecendo bem atrás de moedas de países com grandes crises, como a Argentina, em que o dólar teve valorização de 27,25% contra o peso.
O desempenho é de longe o pior, já que contra a segunda pior divisa, a lira turca, o dólar subiu 26,69%.
Outras moedas que veem o dólar registra forte valorização no ano são o rublo da Rússia (25,17%), o rand sul-africano (19,59%) e os pesos mexicanos (16,77%) e colombianos (16,44%).
A crise por conta do coronavírus tem pesado bastante para o desempenho das moedas de emergentes.
Já que em momentos de maior tensão os investidores globais tendem a procurar ativos mais seguros, entre eles o dólar americano.
Em entrevista para a Bloomberg, Sergio Zanini, sócio gestor da Galapagos Capital, destacou que o mercado está “na torcida para que o que foi anunciado nesta semana (o Renda Cidadã) seja revertido em algum momento”.
“O mercado não compra mais esse discurso do Executivo, em que por um lado sempre defende o teto de gastos e a responsabilidade fiscal, mas por outro sempre anuncia planos que vão na contramão”, disse Breno Martins, trader de renda fixa da MAG Investimentos, também para a Bloomberg.
Com esta preocupação crescente nas últimas semanas, o real se consolidou como a moeda com pior desempenho do mundo em 2020 até o momento, com o dólar subindo 39,60% ante a divisa brasileira, segundo dados da Refinitiv.